Atualmente é comum nos depararmos com notícias
relacionadas às drogas nos vários meios de comunicação em que temos acesso. Tráfico,
apreensões, roubos e mortes são alguns dos assuntos que sempre aparecem com
algum destaque sobre o assunto em veículos da grande imprensa.
Fernando Negrão Duarte, 48 anos, jornalista com
experiências na televisão e em rádio, tudo ocorre em função da pauta. O
jornalismo é estimulado por pautas externas.
Em relação às drogas, o estimulo pode vir de ocorrências
policiais, casos de apreensão, entidades que cuidam de viciados, histórias de
superação etc., que é dever do jornalista em apurar.
Negrão comenta que não deve existir diferenças sociais
ou étnicas na apuração, devendo sempre se atentar aos fatos dados pelas
autoridades e a legislação.
Para
o jornalista e professor Walter de Luca, que exerce a profissão há mais de 30
anos e atualmente é coordenador editorial e vice presidente do Diário de
Sorocaba, a imprensa em uma forma geral, presta serviço a sociedade tratando de
problemas sociais e públicos, entre eles a droga.
No jornalismo, o assunto é tratado tanto
no informativo, destacando apreensões, operações policiais e repressão ao uso,
ao mesmo tempo em que debate questões como: o que leva ao consumo, o que
estimula o trafico etc.
Walter diz que o papel do jornalista tem
de contribuir com a solução do problema, seja ele de uma forma mais isolada (na
cidade ou região) ou mais ampla, já que tudo isso ele estimula as autoridades
públicas e conscientizar as famílias sobre o assunto.
Para isso, é importante a divulgação. Porém,
como e o quanto a imprensa noticia e a forma de cada veiculo informa a
situação, já é outra história, afirma.
Nesse aspecto que a aluna de jornalismo
da Universidade de Sorocaba Jéssica Santos, 21 anos, pretende analisar com sua
monografia, como os programas Profissão Repórter e A Liga abordaram o tema da
legalização da maconha.
A
escolha do tema da monografia foi decidido também para dar um bom assunto de
documentário, para o produto final. Jéssica comenta que o grupo, formado também
pelos alunos Guilherme Bonilla, Giovana Lamos e Rafael Moraes, queria um tema
voltado a sociedade, rendessem, gerasse discussão e fossem atuais. Até que
chegaram ao escolhido.
Para ela, o tema das drogas é um assunto
delicado mas não um tabu, pois merece uma discussão e tem de ser noticiado. O
que ocorre é que existem várias opiniões, muitas divergentes umas das outras, e
por isso, merece uma cautela do jornalista para mostrar ambos lados.
A monografia, que está em fase final, é
baseada nas teorias de Agenda Setting*
e da Espiral do Silêncio**, e busca
identificar essa imparcialidade dos programas quando abordaram o assunto da
legalização.
Apesar do tema ter sido aprovado e as
análises estarem em andamento, Jéssica destaca que o projeto ainda não está
finalizado, mas espera que conforme o andamento do trabalho, consiga obter seu
resultado especifico.
Vinícius
de Paula
*Agenda Setting é uma teoria proposta
por Maxwell McCombs e Donald Shaw nos anos 70. Ela afirma que a opinião publica
e a população recebem destaques e temas escolhidos pela mídia, sendo deixados
outros assuntos ofuscados ou ignorados.
**A teoria da Espiral do Silêncio foi
proposta por 1977 pela cientista alemã Elisabeth Noelle-Neumann, que diz alguns
indivíduos não falam suas opiniões e pensamentos quando eles conflitem com a
opinião pública, da mídia.
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