sábado, 23 de abril de 2016

Drogas e o jornalismo

Atualmente é comum nos depararmos com notícias relacionadas às drogas nos vários meios de comunicação em que temos acesso. Tráfico, apreensões, roubos e mortes são alguns dos assuntos que sempre aparecem com algum destaque sobre o assunto em veículos da grande imprensa.
Fernando Negrão Duarte, 48 anos, jornalista com experiências na televisão e em rádio, tudo ocorre em função da pauta. O jornalismo é estimulado por pautas externas.
Em relação às drogas, o estimulo pode vir de ocorrências policiais, casos de apreensão, entidades que cuidam de viciados, histórias de superação etc., que é dever do jornalista em apurar.
Negrão comenta que não deve existir diferenças sociais ou étnicas na apuração, devendo sempre se atentar aos fatos dados pelas autoridades e a legislação.
        Para o jornalista e professor Walter de Luca, que exerce a profissão há mais de 30 anos e atualmente é coordenador editorial e vice presidente do Diário de Sorocaba, a imprensa em uma forma geral, presta serviço a sociedade tratando de problemas sociais e públicos, entre eles a droga.
        No jornalismo, o assunto é tratado tanto no informativo, destacando apreensões, operações policiais e repressão ao uso, ao mesmo tempo em que debate questões como: o que leva ao consumo, o que estimula o trafico etc.
        Walter diz que o papel do jornalista tem de contribuir com a solução do problema, seja ele de uma forma mais isolada (na cidade ou região) ou mais ampla, já que tudo isso ele estimula as autoridades públicas e conscientizar as famílias sobre o assunto.
        Para isso, é importante a divulgação. Porém, como e o quanto a imprensa noticia e a forma de cada veiculo informa a situação, já é outra história, afirma.
        Nesse aspecto que a aluna de jornalismo da Universidade de Sorocaba Jéssica Santos, 21 anos, pretende analisar com sua monografia, como os programas Profissão Repórter e A Liga abordaram o tema da legalização da maconha.
         A escolha do tema da monografia foi decidido também para dar um bom assunto de documentário, para o produto final. Jéssica comenta que o grupo, formado também pelos alunos Guilherme Bonilla, Giovana Lamos e Rafael Moraes, queria um tema voltado a sociedade, rendessem, gerasse discussão e fossem atuais. Até que chegaram ao escolhido.
        Para ela, o tema das drogas é um assunto delicado mas não um tabu, pois merece uma discussão e tem de ser noticiado. O que ocorre é que existem várias opiniões, muitas divergentes umas das outras, e por isso, merece uma cautela do jornalista para mostrar ambos lados.
        A monografia, que está em fase final, é baseada nas teorias de Agenda Setting* e da Espiral do Silêncio**, e busca identificar essa imparcialidade dos programas quando abordaram o assunto da legalização.
        Apesar do tema ter sido aprovado e as análises estarem em andamento, Jéssica destaca que o projeto ainda não está finalizado, mas espera que conforme o andamento do trabalho, consiga obter seu resultado especifico.

Vinícius de Paula

*Agenda Setting é uma teoria proposta por Maxwell McCombs e Donald Shaw nos anos 70. Ela afirma que a opinião publica e a população recebem destaques e temas escolhidos pela mídia, sendo deixados outros assuntos ofuscados ou ignorados.


**A teoria da Espiral do Silêncio foi proposta por 1977 pela cientista alemã Elisabeth Noelle-Neumann, que diz alguns indivíduos não falam suas opiniões e pensamentos quando eles conflitem com a opinião pública, da mídia. 

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